segunda-feira, outubro 11, 2004

República das Bananas

Muito se tem escrito e falado nos últimos dias sobre uma eventual crise política, criada pelo denominado caso "Professor Marcelo versus TVI". Pelo que corro, desde logo, o risco de repetir algo já dito, mas como o cerne (não o cherne!) da questão é a liberdade de expressão, sinto-me no direito de expressar a minha opinião. Vou tentar ir por partes.
Apesar da gravidade da situação, este é sobretudo um caso inflacionado. Veja-se que o principal visado ainda nem sequer falou! E duvido muito que o mesmo tenha deixado de um dia para o outro de ser um homem livre... estará é a preparar mais um dos seus jogos políticos, sendo como é uma das mais velhas raposas da política portuguesa. Sinceramente não percebo como é que os socialistas caíram nesta esparrela e se têm estatelado em comentários exaltados e apressados. Enfim...
Contudo, o caso deve fazer-nos pensar. Aliás, é uma vergonha que o ministro não tenha ainda tido a hombridade de se demitir. Não há, em política pura, desculpas para tamanha incompetência. E todos os comentários laterais a favor e contra, assentes na comparação com tomadas de posições semelhantes de anteriores governantes só revelam a mediocridade política dos seus autores e um velho problema endémico da sociedade portuguesa: tentar justificar o mal próprio com um idêntico mal alheio...
Por fim, a hipotética berlusconização da comunicação social portuguesa! Será que essas mentes iluminadas conhecem a sociedade italiana? Ou só conhecem os aeroportos e hotéis de Roma, Florença e Milão? Mas querem comparar uma situação de monopólio privado com um eventual monopólio público, ou de intermediário maioritário público? Agora se me falarem dos métodos estalinistas de controlo da comunicação, aí sim, o nosso Primeiro Ministro é um clone do Presidente do Conselho de Ministros italiano.
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