segunda-feira, dezembro 06, 2004

Contributos dos leitores

Por Portugal
uma imensa maioria de cidadania

Portugal vive, provavelmente, um dos piores momentos da sua História. Fomos governados, veja-se a necessidade de intervenção do Presidente da República, por políticos medíocres que colocaram Portugal na cauda da Europa e num dos cinco países mais pessimistas do mundo.

O país corre o risco de, nas próximas eleições, bater o record da abstenção, por isso, torna-se necessário a existência de um propósito comum, que se traduza num efectivo sentido de comunidade e na participação dos cidadãos, indicadores de uma democracia de qualidade, uma democracia onde todos participem e aprendam.

A construção gradual e sustentada de práticas democráticas, respeitando a participação e co-decisão, o respeito recíproco, a garantia dos direitos fundamentais, a abertura à diferença e à entreajuda pessoal e grupal, implica pôr em prática processos democráticos de escuta, expressão, negociação, resolução de conflitos, partilha de objectivos comuns, descentralização de poderes e de responsabilidades e um verdadeiro envolvimento colectivo. Tudo isto deve ser encarado como uma revalorização da democracia e um desafio que se coloca a todos.

Este propósito só será possível e eficaz se existir, por parte do poder político, a preocupação de ouvir os cidadãos, para aferição de práticas a implementar. Esta aferição evitará desperdícios do erário público e responderá às verdadeiras necessidades da população. É necessário criar estruturas em que os cidadãos participem de facto. Esta intervenção permitirá que haja maior interiorização, pois a realidade não se transforma através de um simples processo de adopção de ”boas” ideias, mas sim, como assinala Perrenoud, "pela reconstrução das representações, das atitudes, dos projectos, da própria identidade e dos valores dos actores" (1992).

A implementação de políticas de qualidade só será possível com o envolvimento de toda a comunidade. É necessário estimular práticas colaborativas e agir estrategicamente.

Por tudo o que foi exposto é essencial que o país se envolva e, portanto, importa envolver o país. Precisamos que o país mereça os políticos e que os políticos mereçam o voto do país. Não é subtraindo-nos do direito de cidadania que se constrói a identidade de Portugal.

Jesuína Ribeiro
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